segunda-feira, 13 de julho de 2015

Terra seca e sal insolso nos Campos Gerais: reprodução inútil de Fábio Campana

Muitíssimo raramente leio ou olho superficialmente as notas imbecís e tendenciosas de "Fábio Campanha", assessor do Governador Campos Salles de Richa, da UDN paranaense, reeleito através de enganosa campanha e publicidade nos meios de comunicação. Hoje, de bom humor, resolvi cuidar do besteirol escrito por esse João Batista da reação, visto que tinha que atentar para a publicidade política de artigo na mesma página.
1. "O custo da corrupção no Brasil cresce avassaladoramente..." - e quanto representa a corrupção no Paraná? Ela cresce na mesma proporção? Não há nas notas espirituais de Campanha nenhuma referência aos escândalos da Receita Estadual, aos parentes de seu patrão, Campos Salles. Fábio não tem autonomia, nem compromisso com a verdade. Sua obrigação e é pago muito bem para isto, ler e decorar Groebels e Carlos Lacerda. Campanha é excelente calvinista, entende que a depravação humana é irreversível e crescente. Apenas a intervenção da saudosa UDN, ARENA, PDS ou PFL como queiram chamar será capaz de salvar da perdição as pobres almas latino-americanas. Contraditoriamente, porque isso é com nas sínteses de natureza religiosa, Campanha defende um dos mais depravados políticos, aquele que desgoverna o Paraná.
2. Novo nome para o golpismo fascista - Fabinho de Beto Richa chama as tentativas de golpe contra a democracia no Brasil, os mesmos que foram ensaiados em 1893, 1930, 1944, 1954, 1955, 1962, 1964 e agora em 2015, como "Mania de perseguição". Campanha orgulha-se de ser o sociólogo de Campos Salles.
Santo Eduardo Cunha. O pastor fundamentalista Eduardo Cunha, defensor do regime teocrático no país, é consagrado a santo na coluna por, simplesmente, ser antipetista.
BASTA...

Altar de Beto Richa e a adoração jornalística nos Campos Gerais

Um dos diários de Ponta Grossa alinha-se radicalmente com o projeto político reacionário do Governador do Paraná, Carlos Alberto de Campos Salles, reeleito pela ARENA, em 2014. O Governo do Paraná, atualmente, representa uma mistura de forças semifeudais, burguesas, autoritarismo, neofascismo, antipopular, antinacional e liberalismo. É um governo cujas finalidades é reduzir ao máximo os serviços públicos, as instituições estatais e desmoralizar os servidores estaduais. É notório a tese ardentemente defendida nos últimos 5 anos de governo de que os estudos, a carreira acadêmica, o aperfeiçoamento intelectual não são bem vindos como política de governo. É o governo das obras paralisadas, da violência contra os servidores, das péssimas condições das salas de aula.
Ignoram-se todas estas estripulias do Governo do Paraná. O leitor menos avisado não percebe a conjugação de forças e afeto trocadas com a cúpula desintelectualizada que se assenhora da Universidade e lhe tem provocado paralisia filosófica durante décadas. É o caso da "UEPG terá investimento de R$ 4 mi em laboratório". Não só a matéria é tola mas outros festejos no interior da Universidade sobre o assunto.
A reportagem é uma redação técnica que corresponde a inspiração verbal-plenária do espírito que habita nos orgulhosos donos do ensino superior público dos Campos Gerais. Basta atentar para os nomes destacados.
O que chama a atenção é o contexto. Retirou-se a faixa que protestava contra os vendilhões do templo, carroceiros que deram tração para que Campos Salles metesse a mão no jarro da previdência, retardasse o pagamento das férias e se recusasse a cumprir a legislação em relação ao reajuste salarial. O mesmo Campos Salles que tem sobre suas costas as obras e edifícios paralisados no interior das Universidades. Uma tentativa típica de uma cultura local que se louva em ser estuprada pelo poder, principalmente quando se trata de governos fascistas e autoritários. Bem, no meio da matéria feita sob rigorosa encomenda, uma pequena nota procura tirar o rabo do Governador Campos Salles da reta. Estando o Paraná quebrado, presídios sem os devidos cuidados, agentes penitenciários sendo assassinados, escolas caindo aos pedaços, os escândalos da receita e as denúncias feitas pela imprensa livre ou consciente do Estado, há uma nota, baseada em revelação angélica no Hades, dizendo que o Paraná dribla a crise financeira. Se o Paraná "goza" de situação diferenciada no país, é porque institui a violência policial nos moldes da Gestapo e torna política pública o "não estudar". Matéria mentirosa e ideológica. Que isso não vá para as salas de aula.






domingo, 15 de junho de 2014

Tsunami necessário para varrer o povo do poder - O Estadão e a reação brasileira

O ESTADÃO 15/06/2014 - Atualmente leio menos a imprensa paulista. Comprei a edição dominical do Estadão. Me interessa o Fórum dos leitores. Nesta edição todas as matérias se ocupam da mesma preocupação dos leitores publicáveis no Fórum, os CONSELHOS POPULARES que o Governo Federal deseja criar. A expressão popular desde 1889 causa arrepios nas elites dirigentes do país, que permaneceram com as mesmas políticas, independente do regime, se colonial, monárquico ou republicano. O teor do jornal merece boas piadas até a crítica acadêmica, se for possível dispender tempo para tanta asneira. Se levarmos a sério as explicações e exposições dos leitores permitidos, vale avisar o Brasil de que Satanás acabou de sair de Roma, num OVNI e está prestes a aterrizar no Rio de Janeiro - o diabo sempre prefere a capital anterior de um país - e que os que estiverem dormindo serão devorados. Vale lembrar que o jornalista Carlos Lacerda reencarnou-se em Reinaldo de Azevedo ou da mesma forma, o Prof. Olavo de Carvalho já está procurando um novo corpo para se manifestar. O beneficiário poderá estar na redação de O Estado ou de Veja.
A idéia de conselhos populares não tem sua origem nos sovietes de 1917. Mas criticar quem faz estas afirmações não é ser justo. O ensino de História em nosso país continua mal das pernas. Maus professores, péssimos alunos, do pré-escolar à pós-graduação. A origem dos Conselhos Populares pode estar antes, na constituição da nação judaica, se nos pautarmos pela História escrita, mas para facilitar as coisas, dar menos trabalho a imaginação e à pesquisa, vem da Eklesia grega, de onde se originaram nossas igrejas ou mesmo a distorcida e vaga sugestão de democracia. Desnecessário é lembrar os discípulos de Groebells de como as cidades-Estado gregas tomavam suas decisões. O povo é a fonte inspiradora e alimentadora dos governos, dos poderes. O poder do povo jamais deve ser transferido ou delegado em definitivo. Mesmo os que elegemos não substituem a vontade dos sujeitos (não passivos) da nação. Consultar o povo, representantes que permanecem na sua base, no seu cotidiano, deveria ser a opção natural de todos os poderes constituídos da República. É momento do povo deixar de escolher candidatos e entregar-se ao bel prazer dessas pessoas. Não é o Estado acima do povo, mas a serviço do povo.
Em tempo, mencionar a União Soviética como símbolo da falta de Educação com qualidade é desconhecer a História da Educação. O regime soviético, que quanto o capitalista, não deu conta de resolver suas contradições e trazer toda a dignidade que propagava as pessoas tem seus erros, mas não em investimentos educacionais. Recentemente, uma emissora séria de rádio noticiava que com a queda da URSS não houve dificuldades para que jovens e pesquisadores daquele país cursassem pós-graduação em outros países da Europa e nos EEUU. Igualmente, recomenda-se aos leitores que escutem a programação da Rádio a Voz da Coreia do Sul. A Educação naquele país tem problemas e dos mais sérios. O analfabetismo, um deles.
Bem, tanta superficialidade em relação aos Conselhos Populares, que me reportei ao livro História da história nova de Nelson Werneck Sodré - "Pareceu-lhes espantoso que um Instituto de Estudos Superiores se preocupasse em ensinar a trabalhadores e a estudantes, levando, além de tudo, esse ensino fora de suas salas...".
Mas azaroso para os leitores é que acima do Fórum dos leitores, o Professor Gaudêncio Torquato, assina um artigo, ainda que contaminado pelo pensamento político paulista, assinala pontos que se aproximam da importância do povo, da participação popular: "incapacidade do Estado no acolhimento das DEMANDAS DA SOCIEDADE"; "atender às reivindicações de setores e categorias"; "ineficiência do Estado na administração das demandas POPULARES"; "o Estado todo-poderoso, por seu lado, passou a interessar às elites políticas"; "A ciência política mostra que, na maior parte das sociedades, a paz é impossível sem alguma reforma e a reforma é impossível sem alguma violência".
Ficamos por aqui.

terça-feira, 11 de março de 2014

Somos todos venezuelanos ou estadunidense?

Quem sou eu, brasileiro, patriota e nacionalista,  para discordar do Sr. Sandro Ferreira que é venezuelano.  Mas o ponto de vista sobre seu próprio país comporta certa similaridade com o ideário udenista no Brasil, amadurecida em 1964. Nesta época em nosso país a sociedade e os movimentos sociais foram tabuletados como "civis protestando pela liberdade, pátria, família e propriedade e contra o comunismo que fritava crianças recém nascidas". Estes heróis prestavam relevantes serviços, corriam riscos ao enfrentar um "populista, sindicalista, demagogo, comunista estalinista, déspota" como João Goulart, cuja afirmação de que fora "eleito democraticamente" pela revolução brasileira é questionável. Daí, dispenso-me de comentários e recomendo aos leitores qualquer manual de história do Brasil e as recentes pesquisas feitas pela área de ciências sociais da USP e da UFRJ. Lamento que o venezuelano Sandro Ferreira não enxergue outros interesses em seu país. Ainda vivo, o Coronel Cavagnari, professor da Unicamp, alertava a sociedade brasileira a respeito dos interesses dos EEUU em estabelecer bases militares que impedissem quais movimentos sociais na América Latina, estes nas Guianas, Venezuela, Paraguai, Chile e Alcântara-Brasil. É uma questão de modelo econômico, de classes no poder, de avançar ou coibir movimentos sociais. A propósito, nosso país, não apenas a Venezuela vivem alguns sintomas de neofascismo, como o movimento de 22 de março.

(Comentário sobre publicação de Sandro Ferreira, no Diário dos Campos, 11/03/2014)















http://www.diariodoscampos.com.br/blogs/artigos/somos-todos-venezuelanos-5915/

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A direita perde seu único baluarte: a morte de Altair Ramalho

ALTAIR RAMALHO

A morte de Altair Ramalho representa para a região dos Campos Gerais prejuízo inestimável para a cultura. No espectro ideológico que representava era o único jornalista inteligente. Seu programa era opinativo mas conseguia conquistar certa independência em relação ao grupo que o mantinha no ar, tanto que múltiplas vezes, saia em defesa dos ignorados pelo poder público na área da educação e da saúde. Sua voz, nos últimos anos, vinha sendo a tradutora e o eco dos que estão sendo vitimados pelo caos na saúde pública do município, arriscando-se o jornalista, na defesa dos que não tinham outra condição. A meu ver, Altair Ramalho soube representar um poder contestativo, encarnado na esquerda da burguesia e dos senhores feudais do Paraná. Sua presença nos microfones das emissoras de onda média e modulada, transformados no besteirol que anestia a consciência e a memória da população, representou uma pitada de coisa boa, de conteúdo e qualidade. Era o “Revelações no ar” o relevante, a excelência, tudo que vinha antes e depois se reduzia a pó. Falsas estrelas da comunicação escondiam-se atrás do brilho de um jornalista bem formado, que combinava vasta cultura, livre e tranquilo trânsito nas Letras e no Direito.
Altair Ramalho se revelava um pai exemplar e orgulho, defendia os filhos em público e no ar, sem medir consequências. Era inteligente, possuia discurso bem construído, precisava de apenas cinco minutos para dizer suas verdades. Não tinha medo do poder. Enfrentou, audaciosamente, a prática e o tratamento que policiais militares davam em abordagens.
A região perdeu um extraordinário arquivo histórico, a memória do jornalista. Ramalho sabia em detalhes de acontecimentos históricos relevantes para a nossa formação. Estes não circulavam além dos horários dos programas em que o jornalista atuava. A cidade não conta mais com eles. Perde. Piora.
Distingui-me sempre das posições políticas e ideológicas do jornalista. Frequentemente, recebia contundentes respostas por parte dele no ar, contrárias às posições que assumi, mas sempre me tratou com respeito, distinção e referência. Querendo ou não, ele tornou minhas convicções mais conhecidas e me colocou no centro de algumas controvérsias. Infelizmente, a cidade, suas instituições não tem quem repor, substituir, Altair Ramalho. Fica sua trajetória na comunicação à espera de pesquisas, dissertações, com rigor acadêmico, olhar sociológico, sem culto à personalidade. Ramalho teve importância e destaque que a maioria dos nossos políticos. Foi mais útil, teve maior significação, participou engajada e mais ativamente da vida pública.

[Pela expressão do momento, o sentimento de perda que todos sentimos agora, meu texto fica sem revisão mais acurada].


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Foca Livre: história das idéias socialistas nossas

Pesquisadores, leitores, professores ou intérpretes simpáticos ao marxismo e a história das idéias socialistas no Paraná, gostaram da edição de setembro de 2012, do FOCA LIVRE. Um esforço de interpretar a História enquanto movimento dinâmico, apropriando-se de um caso singular, a paralisação dos professores universitários; a interpretação marxista da história do Paraguai e o depoimento de antigo militante do Partido Comunista Brasileiro.
Depois de Dino Colli, José Kanawote, é uma fonte rica e produtiva da história política de nosso estado, na forma da memória e dos documentos que possui, a espera de consultas. Para aqueles que se esforçam em dar um caráter de democracia e cordialidade à ação do golpe fascista nos Campos Gerais a matéria de Andressa Elesbão serve de perturbação psico-histórica.

Foca Livre: Nicoly e a relevância temática

Nicoly França é outra que construiu feliz passagem pelo Foca Livre da UEPG e será lembrada pela preocupação com algo, intencionalmente pervertido ou esquecido nas pautas dos jornais conservadores, a política latino-americana. A luta política é o principal motor da história. E a estudante de jornalismo foi preocupar-se com o golpe imperialista-burguês que vitimou o povo paraguaio. A lucidez da repórter ficou sem dúvida quando foi direto à fonte, procurando ouvir a versão fundamentada do único cientista social da região, por coincidência, oriundo do Paraguai, o Mestre Fábio Aníbal Jara Goiris, que lançará em breve, a única história de Ponta Grossa sob o prisma do materialismo histórico, relegado nos santuários puritanos da UEPG. Inclua-se nessa seriedade, que o próprio entrevistado considerou as perguntas relevantes e a clareza com que Nicoly lhe formulou as perguntas e o deixou falar.
Além do registro de uma boa e agradável matéria de se ler, fonte de estudos para as aulas de História de todos os graus, o leitor pode apreciar a tentativa do entrevistado em perseguir o marxismo como método de análise, embora mantenha uma atitude muito comedida, receiosa, o que se deve a ojeriza que nossa horrorosa cultura princesina tem com o materialismo histórico.